"Feito com as mãos, o objeto artesanal conserva, real ou metaforicamente, as impressões digitais de quem o fez"
Octavio Paz
O processo de fazer cerâmica é único, pois trata com a terra, de onde se extrai o barro; a água, usada na modelagem da peça; e o fogo, que queima a peça e dá a resistência final.
O barro é retirado de jazidas ou barreiros. O melhor barro é geralmente o mais profundo. Apesar de parecer tudo igual, cada barro tem uma característica, uma função e uma aplicabilidade. O barro retirado precisa passar por um processo de beneficiamento antes de ser moldado. São necessários testes e ensaios para determinar a melhor mistura de argilas para cada aplicação.
Moldado somente com as mãos, ou através do torno ou mesmo com uso de moldes e o barro líquido (barbotina), esta é a fase de expressão do artesão e da sua peça. Muitas vezes, a peça não é feita de uma vez só, exigindo várias etapas e várias peças menores sendo combinadas para formar a peça final.
A secagem da peça, após moldada, demanda cuidados especiais, como secar à sombra para não deformar e as vezes um pequeno retoque para dar o acabamento necessário. Para algumas peças pode ser aplicado uma camada de esmalte cerâmico para garantir a impermeabilização e aumentar a resistência.
A queima é onde tudo se consolida. O barro frágil se torna resistente e a mistura de minerais em pó sem graça ganha cor e brilho completamente diferente de quando entrou no forno com temperaturas entre 800 e 1200ºC. É também a hora da verdade para saber se o esmalte saiu na cor desejada. A abertura do forno é sempre um momento emocionante. Os fornos usados no Centro utilizam gás natural, minimizando o impacto ambiental causado pelo processo de queima.